Por Gilberto Reis
A automação dos processos é, sem dúvidas, uma estratégia indispensável para impulsionar o desenvolvimento e a sustentabilidade das organizações. Não por acaso, empresas de diversos setores estão investindo pesado em tecnologias, como inteligência artificial e robótica, com foco em garantir a eficiência e a inovação em suas operações.
Uma estimativa do Gartner revela que, até 2025, 70% das companhias devem implementar processos de automação estruturada para oferecer mais flexibilidade e otimização dos serviços aos clientes e parceiros. Nesse cenário, não é de se admirar que a previsão de aportes das empresas brasileiras para o setor de transformação digital – que inclui soluções de automação – esteja em torno de R$729 bilhões, para o período de 2024 a 2027. Os dados são do último relatório do macrossetor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
O ponto é que, para além da mera modernização tecnológica, a adoção de ferramentas voltadas para a automação dos processos é fundamental para que as empresas continuem competitivas. Na prática, isso significa mais produtividade, redução de custos e otimização de tarefas rotineiras, o que permite aos profissionais terem mais tempo para executar tarefas mais complexas e criativas.
O fator inteligência artificial
Nesse cenário, o fator inteligência artificial (IA) se tornou um aliado ainda mais estratégico para as organizações. Com algoritmos avançados e capacidade de aprendizado contínuo, a IA possibilita a criação de sistemas inteligentes capazes de tomar decisões rápidas e precisas.
Para se ter uma ideia, a Pesquisa Panorama 2024, conduzida pela Amcham Brasil, revelou uma importante tendência: 68% das empresas já estão incorporando alguma forma de IA em suas operações. Entre as principais funcionalidades destacadas está a automação de processos repetitivos, citada por 38% dos entrevistados como um elemento fundamental para a base de novos negócios e o desenvolvimento de produtos e serviços.
Assim, ao capacitar sistemas a aprender, adaptar e executar tarefas de forma autônoma, a inteligência artificial revoluciona a maneira como as empresas operam, independente do setor de atuação. Sejam os robôs na linha de produção da indústria ou sistemas focados na melhoria e aperfeiçoamento das áreas de gestão, o fato é que essas soluções se transformaram em peças-chave para o crescimento dos negócios.
Existem desafios, mas é possível superá-los
Implementar a automatização de processos pode apresentar alguns desafios, como custos iniciais mais elevados, integração complexa com sistemas já existentes, preocupações com governança de dados, escassez de habilidades especializadas, resistência à mudança por parte dos colaboradores e questões éticas relacionadas ao viés algorítmico. Por isso, superar esses obstáculos para garantir uma transição bem-sucedida requer um planejamento cuidadoso, além de investimento em treinamento e comunicação eficaz.
O ideal é investir em tecnologias e talentos especializados, assegurando a integração harmoniosa dos sistemas automatizados com os processos existentes, monitorando e ajustando continuamente os processos para que atendam às necessidades do negócio. Além disso, é fundamental ter sempre em mente que todo esse movimento é também uma questão de mudança cultural e organizacional.
(*) Gilberto Reis, COO da Runtalent.
