É impossível fazer inovação sozinho, defendem especialistas

Empresas querem agenda de futuro, mas é preciso ter um ecossistema forte, com conexões bem feitas e bem integradas com agentes econômicos
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Há muitas técnicas para desenhar o futuro de uma empresa, mas é preciso valorizar o conceito de ecossistema e integração para desenvolver a inovação. “Quando falamos em futuro, não há um exercício de bruxaria. É preciso estudar muitas técnicas e discutir rotas tecnológicas. Mas precisamos ter em mente que é impossível fazer inovação sozinho. Tem de ter conexão com todos os outros agentes do sistema para inovar”. O raciocínio é do diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral (FDC), Hugo Tadeu, exposto durante o podcast Como abrir a cabeça para a inovação, produzido pelo site The Shift.

A valorização do conceito de ecossistema é essencial no desenvolvimento empresarial e nos passos para a mudança. Para ancorar a inovação, segundo Tadeu, é preciso entender a ligação entre empresas parceiras ou não, startups, novas tecnologias e instituições financeiras.

O professor acrescenta que, normalmente, associa-se a ideia de inovação a um cenário de ruptura. Mas é preciso lembrar que não há ruptura sem acúmulo de conhecimento, sem formação de uma base criada a partir de uma conexão formada por um ecossistema forte.

Mindset

Também convidada para o podcast, Marta Pimentel, diretora-executiva da Universidade Nova SBE, de Lisboa, disse que a inovação passa por uma mudança de modelo mental. “Olhar para outras culturas faz parte da inovação, que envolve também diversidade e inclusão. O grande desafio é você se colocar no lugar do outro, é estar no sapato do outro. As organizações precisam se conectar com ecossistemas que pensam diferente dela para mudar. É um mindset”, afirmou Marta.

Marta e Hugo também discorreram no podcast sobre o curso In Pulse – Experiência Internacional no pulso da inovação, que a FDC e a Nova SBE preparam para novembro, no campus da Nova SBE, em Lisboa. Marta destacou que o In Pulse proporcionará acesso a conhecimento, em um formato de absorção prática pelas empresas participantes. “Procuramos desenhar uma Agenda para o Futuro, na qual o aluno não saia de cabeça cheia, mas de cabeça feita”, disse ela.

Portugal atrai mais visitantes

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Marta comentou que Portugal vive um momento especial, havendo mais investimento nos últimos cinco anos em inovação, empreendedorismo e tecnologia, o que tem atraído mais visitantes ao país. Ela citou notícia recente de que Portugal está recebendo 40% a mais de visitantes estrangeiros do que recebia antes da epidemia de Covid-19.

“Há um ambiente de muita diversidade e curiosidade sobre Portugal e isso gera um ciclo virtuoso. O país viveu uma época muito rica com a Escola de Sagres, que impulsionava as descobertas além do oceano. Hoje, Portugal está saindo de um longo inverno e tenta se posicionar como ecossistema relevante e atraente”, comentou a educadora.

Demanda de inovação nas empresas

Hugo Tadeu deu um panorama dos movimentos de inovação no Brasil. Ele afirmou que, pela atuação da FDC no mercado, tem percebido nas empresas brasileiras, em especial as de grande porte, uma necessidade cada vez maior de desenvolver uma agenda de inovação, mesmo em um momento em que o custo de capital para investimento está alto.

“Percebemos nas empresas uma necessidade de vincular a inovação a uma agenda de futuro e também a um portfólio de projetos de curto prazo, para responder às demandas dos conselho, comitês executivos, etc. A FDC e a Nova SBE vão ter de desenvolver um olhar de como equilibrar essa agenda, com iniciativas de longo prazo, mas com perspectivas de curto prazo, com um resultado coerente com o planejamento das empresas”, detalhou.

Reprodução de Revista Seja Relevante – FDC em parceria editorial com The Shift

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