Estudo da FDC e A3Data revela que 31,7% das empresas no estado investem em tecnologias para melhorar seu desempenho e acompanhar as tendências do mercado

O empresariado mineiro se revela, em sua maior parte, como “seletivo” em relação à inovação, priorizando iniciativas pontuais e estratégicas. Mas uma boa parcela das empresas instaladas no estado já adota uma postura mais “otimizadora” ou até “visionária”, investindo em tecnologias para tornarem-se mais modernas e produtivas. Esse é o principal panorama obtido por estudo feito em Minas Gerais pela Fundação Dom Cabral (FDC), em parceria com a A3Data, consultoria de dados e referência em Inteligência Artificial Generativa no Brasil.
O estudo mostrou que 45,2% das empresas ouvidas, ou a maioria delas, adotam uma “abordagem seletiva” em relação à inovação, ou seja, investem em mudanças tecnológicas em situações específicas e estratégicas. Mas, embora essa faixa conservadora seja predominante na pesquisa, cerca de 31,7% das organizações entrevistadas se revelam mais proativas em inovação, com uma postura mais “otimizadora”, adotando tecnologias para melhorar seu desempenho e acompanhar as tendências do mercado. E 23,1% das empresas são consideradas “visionárias”, por investirem de forma intensa em inovação, com uma visão de longo prazo.
Mais de 50% adotam postura avançada
Ou seja, somadas estas duas últimas faixas, 54,8% das empresas adotam de alguma forma uma postura mais avançada em relação à inovação. Ao todo, foram ouvidos 138 executivos de grandes e médias empresas de Minas Gerais. A parceria entre a FDC e a A3Data criou, ainda, um índice específico para avaliar a relação das empresas com inovação. O ICDMG (Índice de Inovação, Competitividade e Transformação Digital Minas Gerais) trabalha em uma escala de 1 a 6, e o resultado foi de 3,7, indicando um nível intermediário de maturidade no estado.
Embora haja faixas bastante avançadas em termos de inovação, o ICDMG mediano é resultado de muitas nuances na pesquisa, como o fato de 28,7% dos entrevistados apontarem aspectos de “estrutura e cultura” como principais obstáculos à expansão tecnológica, refletindo resistência a mudanças. Mas os investimentos em tecnologia, de forma geral, são recebidos positivamente: a inovação é vista como uma forma de aumentar a eficiência operacional das empresas por 38,5% dos entrevistados e 22,1% deles apontam que ela é importante para o desenvolvimento de novos negócios.
Novo índice com atualização contínua
Baseado em Inteligência Artificial Generativa, o índice não se limita a esse primeiro estudo e será um indicador de comportamento com atualização contínua. O ICDMG pretende ser uma iniciativa dinâmica e em constante evolução. Seu objetivo é expandir progressivamente a base de empresas participantes em todas as regiões de Minas Gerais, integrar dados externos e aprimorar continuamente a capacidade de oferecer uma visão precisa do cenário de inovação, competitividade e transformação digital no estado.
“Este não é apenas um projeto nosso. É uma iniciativa que envolve todo o ecossistema de inovação do estado. Para garantir a capacidade de investimento e profissionais qualificados que aumentarão a competitividade e irão acelerar a economia de Minas Gerais, é fundamental a colaboração não só do empresariado, mas também da academia e do poder público”, afirmou Hugo Tadeu, professor da FDC e líder da pesquisa.
Ferramenta apoia tomadas de decisões
A iniciativa já conta com a participação majoritária de profissionais em posição de liderança, incluindo sócios-fundadores (20,3%), diretores (18,7%) e presidentes (17,1%) de empresas. O novo índice permitirá que as companhias mineiras tenham acesso a uma ferramenta importante para apoiar as tomadas de decisões de forma ágil e contínua, trazendo um panorama sobre a maturidade das organizações no que diz respeito aos investimentos em inovação e transformação digital.

Além de mapear três faixas de maturidade – “seletiva”, “otimizadora” e “visionária” –, a pesquisa levantou alguns aspectos sobre a maneira de pensar do empresariado em relação à inovação. A falta de rentabilidade dos projetos preocupa, sendo apontada por 22,3% dos entrevistados. Por outro lado, 10,6% acreditam que a inovação pode promover mudanças culturais, enquanto 9,6% destacam a criação de novos serviços como um dos principais benefícios. O estudo foi iniciado em setembro de 2024 e é considerado “um marco para a inovação em Minas Gerais”, segundo o CEO da A3Data, Rodrigo Pereira.
“Ao integrar o conhecimento acadêmico e de negócios da FDC com nossa expertise em Inteligência Artificial, conseguimos empoderar o empresariado e o poder público do estado com dados estratégicos, a partir de uma ferramenta poderosa para apoiar as tomadas de decisões e promover o pensamento em políticas públicas de incentivo à inovação”, afirmou Pereira.
Novo patamar de maturidade
A pesquisa e o novo índice representam uma abordagem que coloca o estado de Minas Gerais em um novo patamar de maturidade em relação à inovação, abrindo caminho para um futuro mais competitivo e conectado às tendências globais.
“A inovação é uma estratégia fundamental para a competitividade empresarial, pois é uma das formas mais eficientes de superar a concorrência e agregar valor aos produtos e serviços. As empresas que adotarem inovação de forma sistemática irão se destacar no mercado”, argumentou Hugo Tadeu.
Reprodução de: Seja Relevante/FDC