(*) Andrei Junqueira
O Brasil está experimentando um progresso significativo na adoção de tecnologias de nuvem, consolidando sua posição como um país em crescimento com grande potencial nessa área. Esse mercado se tornou um impulsionador da transformação digital para empresas de todos os portes e setores, impulsionando a inovação, a eficiência operacional e a competitividade.
Graças à integração da Inteligência Artificial (IA) e do Aprendizado de Máquina (ML), juntamente com o crescimento da Internet das Coisas (IoT), as empresas estão revolucionando a maneira como armazenam dados de vídeo dos sistemas de segurança, pois essas tecnologias avançadas permitem automatizar processos, prever tendências de mercado e otimizar operações com mais eficiência.
Eles também desempenham um papel essencial na incorporação de dados de outros dispositivos além das câmeras, como sensores e alarmes, enriquecendo significativamente as informações disponíveis.
Que tipo de armazenamento deve ser implementado?
Ao escolher entre soluções na nuvem, no local ou híbridas, as empresas devem considerar o tamanho, o setor e o orçamento, sendo que as empresas menores geralmente preferem a simplicidade da nuvem, enquanto as empresas maiores valorizam o controle dos aplicativos no local. A nuvem tem custos iniciais mais baixos, mas podem surgir despesas recorrentes a longo prazo, que devem ser consideradas no planejamento financeiro da empresa.
As implementações híbridas (parte no local/parte na nuvem), por sua vez, são uma excelente maneira de aumentar a flexibilidade no ambiente digital. Essa estratégia tecnológica combina o armazenamento em nuvem com instalações locais (on-premise) para oferecer flexibilidade superior às empresas, permitindo que elas aproveitem o melhor dos dois mundos: a escalabilidade e a acessibilidade da nuvem e o controle e a segurança das instalações no local. Dessa forma, as organizações podem armazenar dados confidenciais em servidores locais e, ao mesmo tempo, usar a nuvem para lidar com grandes volumes de informações e aplicativos que exigem escalabilidade rápida.
Entretanto, em termos de segurança, o armazenamento de dados na infraestrutura local oferece um nível adicional de proteção, o que é valioso para empresas que lidam com informações sensíveis ou confidenciais. Além disso, o controle total sobre o hardware, o software e os dados oferecem a capacidade de personalizar e adaptar os aplicativos a necessidades específicas.
Em contrapartida, uma solução em nuvem oferece várias vantagens significativas, como escalabilidade, que permite que você se adapte às suas necessidades sem precisar de investimentos adicionais em infraestrutura, e acessibilidade, que permite acessar seus dados e sistemas de qualquer local e dispositivo com conexão à Internet.
Outro benefício da nuvem é a redução de custos, pois ela elimina a necessidade de investir em hardware, software e manutenção da infraestrutura interna, e as atualizações automáticas garantem que os usuários sempre tenham acesso à versão mais recente do software.
A escolha entre essas opções depende das necessidades e circunstâncias específicas de cada empresa, e é fundamental avaliar cuidadosamente cada aspecto para tomar uma decisão informada que maximize os benefícios e minimize os custos de longo prazo.
Desafios e estratégias de segurança cibernética para a implantação da nuvem
À medida que as empresas brasileiras migram para a nuvem, elas enfrentam uma série de desafios em termos de segurança cibernética. Um dos principais é a falta de conhecimento e de experiência técnica na configuração e no gerenciamento desses ambientes digitais, o que pode levar ao aumento dos riscos de segurança.
Além disso, a visibilidade das ameaças pode ser limitada pela natureza compartilhada da infraestrutura em nuvem, o que pode dificultar a detecção e a resposta a possíveis incidentes. Além disso, as empresas enfrentam o desafio de cumprir várias normas de segurança de dados, um aspecto que pode ser complicado em um ambiente em constante mudança.
Por outro lado, os criminosos cibernéticos estão continuamente desenvolvendo novas maneiras de atacar sistemas, exigindo que as empresas tomem medidas proativas para se protegerem.
Para enfrentar esses desafios, é preciso investir no treinamento da equipe e nas práticas recomendadas, além de trabalhar com um provedor de serviços em nuvem confiável e desenvolver um plano de resposta a incidentes.
Há fornecedores de VMS (Software de Gerenciamento de Vídeo), por exemplo, que aderiram ao Programa de Vulnerabilidades e Exposições Comuns (CVE®); colaborações que possibilitam identificar, descrever e catalogar vulnerabilidades de segurança cibernética conhecidas e publicar registros de CVE para informar a comunidade sobre os possíveis riscos e suas atenuações.
Videomonitoramento otimizado com soluções em nuvem
Um software robusto de gerenciamento de vídeo de plataforma aberta pode se integrar efetivamente ao Amazon Web Services (AWS), reduzindo a dependência de hardware local e aproveitando a escalabilidade e a flexibilidade da infraestrutura como serviço. Isso facilita a implementação de soluções globais altamente adaptáveis, com recursos de computação, armazenamento e rede ajustáveis de acordo com as necessidades da empresa.
Além disso, a videovigilância em nuvem híbrida oferece benefícios concretos que otimizam diretamente as operações e a economia das empresas. A conectividade em nuvem permite o gerenciamento e o suporte remotos, facilitando para as equipes de segurança a solução de problemas e o ajuste fino das redes de vídeo dos clientes sem visitas dispendiosas ao local físico.
Em conclusão, o mercado de nuvem no Brasil está em expansão, com grande potencial de crescimento nos próximos anos e, consequentemente, empresas de todos os portes estão adotando soluções de nuvem para melhorar sua eficiência, agilidade e inovação, enquanto a incorporação de soluções de segurança híbridas e de nuvem deve continuar a impulsionar o crescimento do mercado nos próximos anos.
(*) Andrei Junqueira- Channel Business Manager da Milestone para o Brasil
Reprodução de Revista Segurança Eletrônica