Por Marina Montenegro
A Indústria 4.0 está transformando o setor industrial de forma irreversível, impulsionando uma revolução tecnológica sem precedentes. Com a integração de tecnologias avançadas como Inteligência Artificial (IA), robótica, Internet das Coisas (IoT) e computação em nuvem, as empresas estão confiantes quanto à otimização de processos e ao aumento de produtividade.
De acordo com a McKinsey, as companhias que adotam tecnologias da Indústria 4.0 estão vendo um crescimento de 85% na precisão das previsões e uma redução de 30 a 50% no tempo de parada das máquinas. Além disso, por meio delas, a produtividade pode aumentar entre 10% e 30%. Esses dados ilustram como a digitalização não apenas melhora a eficiência operacional, mas também proporciona uma vantagem competitiva significativa.
No nosso país, o cenário é promissor. Segundo o IBGE, em 2022, 84,9% das empresas industriais com 100 ou mais funcionários já utilizavam pelo menos uma tecnologia digital avançada. Entre as mais usadas, a computação em nuvem lidera com 73,6%, seguida pela IoT (48,6%), robótica (27,7%), análise de Big Data (23,8%), manufatura aditiva (19,2%) e Inteligência Artificial (16,9%).
Entre os benefícios citados, estão a flexibilidade em processos administrativos, produtivos e organizacionais, com a adoção das tecnologias avançadas alcançando 89,8% de aprovação dos entrevistados. A pesquisa revela que a maioria das empresas optou pela adesão por autonomia própria (87%), embora a influência dos clientes (63%) e da concorrência (50,8%) também sejam fatores importantes.
Considerando este cenário, quais são as próximas tendências que vêm para moldar esse setor? A visibilidade omnichannel é uma delas. Empresas que automatizam dados em tempo real podem otimizar a produção, acompanhar estoques e identificar gargalos com maior precisão. Um exemplo é a Made4net, adquirida pela Ingka Investments para aprimorar as operações da Ikea, que está colhendo frutos como melhorias significativas na gestão de estoques e na satisfação do cliente.
Outra tendência é o uso de armazéns inteligentes, onde a aplicação de sensores, robótica colaborativa e IoT, otimiza a gestão de estoques e a detecção de falhas. A Amazon, por exemplo, implementou a IA para identificação de danos em seus armazéns, aumentando significativamente a eficiência operacional.
Além disso, sistemas preditivos estão se tornando essenciais para empresas que buscam uma estratégia proativa. A Volvo, ao utilizar IA para melhorar a disponibilidade de peças e otimizar rotas de transporte, conseguiu reduzir seus custos operacionais e aumentar a eficiência logística.
A Indústria 4.0 não é mais uma visão futurista, mas sim uma realidade concreta que está remodelando a maneira como as empresas operam. À medida que as companhias se abrem a aderir às novas possibilidades tecnológicas disponíveis no mercado, continuarão a avançar e estarão mais bem posicionadas para enfrentar os desafios do setor, além de capitalizar sobre novas oportunidades.
A chave para o sucesso estará na capacidade de integrar essas inovações de maneira eficiente e em superar os obstáculos iniciais, a começar pela mentalidade, que precisa estar aberta para o que o futuro prepara. A revolução digital na indústria é um caminho sem volta, e aqueles que liderarem essa transformação definirão novos padrões de excelência e competitividade no mercado.
Marina Montenegro: Estrategista e Pesquisadora de Tendências Sênior na Rethink.
Reprodução de Tiinside