Relatório do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos (BLS) fez uma projeção otimista sobre determinados setores; Brasil está alinhado com os principais objetivos globais
Um relatório emitido pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos (BLS) aponta dois setores como os mais promissores ao longo da próxima década, os de energias renováveis e de assistência médica e social.
Embora as estimativas sejam menos otimistas que durante o período de 2014-2024, espera-se que, ao longo dos próximos anos, cerca de 175,2 milhões de empregos sejam gerados. Caso as projeções sejam materializadas, haverá um crescimento de 3,1% nos setores apontados.
Assistência médica e social lideram o ranking, representando cerca de 8,4% do crescimento total esperado. Transportes e logística representam 3%, dado o aumento nas compras online (e-commerce). Fontes energéticas eólicas e solares crescem para substituir os modelos tradicionais de geração elétrica.
Principais pontos levantados pelo BLS
Houve um aumento na demanda por energia limpa. De acordo com a Administração de Informações Energéticas dos Estados Unidos (EIA), a geração de eletricidade norte-americana era 60% dependente de materiais fósseis. O share dessas commodities têm caído ao longo dos anos, abrindo espaço para as fontes renováveis, que colaboram com o processo de descarbonização.
Devido ao envelhecimento da população, a demanda por serviços de saúde naturalmente cresce. Hospitais, clínicas especializadas e outros órgãos relacionados devem empregar novos profissionais rapidamente, aumentando a competitividade.
Segurança da informação também foi indicada no relatório do BLS. Com isso, a demanda por analistas de segurança deverá crescer consideravelmente nos próximos anos. Espera-se que os serviços em nuvem (cloud computing) sejam mais capazes de resistir a ataques cibernéticos, muitas vezes capazes de comprometer dados de bilhões de contas simultaneamente, a exemplo do incidente registrado pelo Google.
Potencial de crescimento está ligado à convergência
Uma das principais vantagens do Brasil em relação aos EUA é a sua adaptação à energia limpa. De acordo com a Empresa de Pesquisa de Energética (EPE), enquanto a média global de utilização de fontes renováveis é de 14%, o Brasil registra 47,2%.
O Leilão de Energia Nova A-5, realizado em agosto, permitiu que dezenas de empresas voltadas à produção de energia renovável passem a fornecer uma quantidade substancial de megawatts para indústrias. Investir no Mercado Livre de Energia (MLE) no Brasil está, inclusive, alinhado aos interesses nacionais de desenvolvimento sustentável, oferecendo condições especiais de crédito e isenção de impostos.
Já no setor de saúde, investimentos em assistência domiciliar (home care), serviços geriátricos em geral e novos modelos em planos de saúde podem ser vantajosos. Em todo o caso, o foco está na medicina preventiva e no acompanhamento de longo prazo.
Graças à evolução tecnológica dos serviços na nuvem, todos os setores apontados com maior potencial de crescimento serão beneficiados. No mercado de energia, a computação em nuvem é fundamental para gerenciar o grande volume de dados gerados pelas fontes renováveis, otimizando a distribuição e o funcionamento do MLE.
Já na saúde, ela permite o armazenamento e o compartilhamento seguro de prontuários médicos, essencial para a eficiência de serviços como o home care e para o avanço da telemedicina.
Reprodução de: Seja Relevante
