RH tem tendência de ser mais humano e tecnológico em 2025

Levantamento da Wellhub mostra que 92% dos entrevistados acreditam que o bem-estar no trabalho é tão importante quanto o salário | Crédito: Divulgação / Unsplash scaled / Jason Goodman

A convergência entre tecnologia e humanização promete transformar o setor de Recursos Humanos (RH) em 2025. O uso de Inteligência Artificial (IA) irá além da automação de processos, impactando o recrutamento, a personalização de treinamentos e o suporte ao colaborador. Ao mesmo tempo, temas como bem-estar, prevenção do burnout e liderança humanizada ganham destaque nas estratégias das empresas.

Para o vice-presidente da Employer Recursos Humanos, Marcelo de Abreu, as organizações que equilibrarem tecnologia e empatia estarão mais preparadas para atrair e reter talentos em um mercado cada vez mais competitivo. Segundo o executivo, a IA continuará sendo uma das principais protagonistas das transformações no RH.

Atualmente, muitas empresas já utilizam a inteligência artificial para otimizar processos de recrutamento e seleção. Algoritmos analisam currículos de forma automatizada, identificando candidatos com maior compatibilidade para as vagas. Chatbots também têm auxiliado no suporte inicial a colaboradores, resolvendo dúvidas frequentes de forma ágil e eficaz.

Entretanto, uma pesquisa da Think Work em parceria com a Flash, mostra que sete em cada dez departamentos de RH no Brasil não utilizam IA em seus processos diários. “Esse dado revela o potencial de crescimento para 2025.

Muitas empresas ainda não adotaram a IA devido a fatores como custo de implementação, falta de mão de obra qualificada e receio de impacto nas relações humanas. Isso abre uma janela de oportunidades para organizações que souberem equilibrar o uso da tecnologia com uma abordagem centrada nas pessoas”, diz.

Humanização e experiência do colaborador

Com o aumento do uso de tecnologia, surge também a necessidade de fortalecer o lado humano no ambiente de trabalho. “O futuro do trabalho não é só digital, é humano. As empresas que falharem em criar um ambiente acolhedor, focado no bem-estar e na experiência do colaborador, verão suas taxas de rotatividade aumentarem”, alerta.

Uma pesquisa da Wellhub reforça essa perspectiva ao apontar que 92% dos entrevistados acreditam que o bem-estar no trabalho é tão importante quanto o salário. Isso significa que, além dos benefícios financeiros, as empresas precisarão promover iniciativas que garantam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, incluindo práticas de flexibilidade de jornada e programas de apoio à saúde mental.

Combate ao burnout

De acordo com dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Brasil registrou, em 2023, 421 afastamentos por burnout — o maior número dos últimos dez anos. Já informações daInternational Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), apontam que a síndrome atinge de forma especial os líderes, que enfrentam o desafio de gerenciar equipes em ambientes híbridos e remotos.

“É fundamental que as empresas não tratem o burnout como uma questão individual, mas como uma responsabilidade organizacional. Nesse sentido, os líderes precisam dar o exemplo. Se o gestor é um workaholic assumido, o time seguirá o mesmo caminho”, observa.

Para Abreu, cada vez mais os profissionais buscarão empresas que ofereçam um propósito claro e um ambiente onde querem estar. “Não basta ser uma empresa que contrata, é preciso ser uma empresa desejável”, enfatiza o executivo.

Ele acrescenta que o futuro do RH estará pautado por um balanço delicado entre tecnologia e humanização. “Não basta adotar IA, é preciso criar um ambiente onde as pessoas queiram estar. O sucesso em 2025 não virá apenas de máquinas mais inteligentes, mas de líderes mais empáticos”, frisa.

Reprodução de:  Diário do Comércio

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