A interação entre tecnologia e gestão de pessoas não é apenas desejável, mas essencial para o sucesso a longo prazo das empresas. De acordo com o Índice Transformação Digital Brasil 2023, produzido pela Pwc Brasil, 69% das instituições esperam que o aumento da eficiência operacional aconteça com a implementação da transformação digital, que ocorre principalmente via automação e automatização de tarefas operacionais.
Isso mostra como as organizações continuam voltadas aos impactos imediatos ou de curto prazo da digitalização e menos à transformação estratégica e cultural, processos que exigem mais tempo, mas são cruciais para a competitividade e a sustentabilidade do negócio.
Em relação às mudanças na estrutura organizacional, 12% das organizações mencionaram a formação de novas áreas dedicadas ao digital e à inovação ou a reestruturação de equipes, priorizando especialistas em gestão de infraestrutura, soluções em nuvem e automação de processos. Além disso, 17% das empresas salientaram mudanças no modelo de operação, incorporando práticas como metodologias ágeis, trabalho remoto e aprimoramento estratégico de departamentos específicos.
“Os colaboradores não são apenas usuários passivos da tecnologia, mas sim agentes ativos que moldam a sua utilização e impacto dentro da empresa. Os gestores e líderes precisam entender as necessidades, preocupações e expectativas dos seus colaboradores em relação à tecnologia, oferecendo o suporte necessário para que se sintam confortáveis e capacitados para utilizar essas ferramentas eficazmente”, analisa o CEO da Agiletech e especialista em tecnologia e negócios, Antonio Muniz.
A tecnologia desempenha um papel crucial ao capacitar as organizações a se manterem competitivas em um mundo em constante mudança. Desde sistemas de automação até inteligência artificial e análise de dados, as empresas podem otimizar processos, reduzir custos e melhorar a tomada de decisões com o auxílio da tecnologia. No entanto, é importante lembrar que a implementação bem-sucedida dessas ferramentas depende não apenas da sua eficácia técnica, mas também da aceitação e colaboração das pessoas envolvidas.
Além disso, a gestão de pessoas desempenha um papel fundamental na promoção de uma cultura organizacional que valoriza a inovação, a aprendizagem contínua e a colaboração. “Ao criar um ambiente onde as pessoas se sintam incentivadas a contribuir com ideias, experimentar novas abordagens e trabalhar em equipe, as empresas podem maximizar o potencial da tecnologia e alcançar resultados excepcionais”, comenta Muniz.
Embora encarem a estratégia de transformação digital como fundamental, as empresas ainda não priorizam a transformação integral do negócio para um modelo plenamente digital. Apenas 7% dos participantes indicaram mudanças abrangentes em sua estratégia, incluindo o redesenho do núcleo do negócio e a implementação faseada em todas as áreas.
Por outro lado, é igualmente importante reconhecer que a tecnologia nunca pode substituir completamente o valor humano nas organizações. “Enquanto as máquinas podem ser eficientes na execução de tarefas repetitivas e previsíveis, são as pessoas que trazem criatividade, intuição e empatia para resolver problemas complexos e lidar com situações imprevisíveis. É fundamental reconhecer que uma não pode existir plenamente sem a outra e que os gestores e líderes devem encontrar um equilíbrio harmonioso entre as duas áreas”, declara o especialista.
Portanto, os gestores e líderes precisam adotar uma abordagem holística que reconheça e integre tanto a tecnologia quanto as pessoas em suas estratégias de negócios. Isso envolve investir em ferramentas e recursos tecnológicos de ponta, ao mesmo tempo, em que valoriza o desenvolvimento e o bem-estar dos colaboradores. Ao fazer isso, as empresas podem criar um ambiente onde a tecnologia e as pessoas trabalham em harmonia, impulsionando a inovação, a produtividade e o sucesso empresarial a longo prazo.